Como começou a Cannabis Medicinal (CBD Medicinal)

Tudo começou com uma fornada de bolos

Ao cair da noite no meio da década de 50, em um tranquilo ônibus que cruzava as ruas de Reḥovot, em Israel, Raphael Mechoulam, um cientista químico com seus vinte e poucos anos voltava para casa empolgado, mas também um pouco aflito.

Ele, que receberia seu primeiro PhD antes dos 30, tinha um futuro brilhante pela frente, mas também algo muito especial em sua mochila: amostras de cannabis obtidas com um amigo que trabalhava no departamento de polícia local e seriam usadas em uma noite que, literalmente, entraria para a história.

O objetivo dessa empreitada? Um experimento científico, claro! Mas também culinário, em certo sentido. Em paralelo à sua pesquisa sobre a química dos esteróides, Raphael vinha há anos estudando o potencial medicinal da cannabis, um tema que o fascinava, mas era cercado de tabus e ainda muito pouco explorado na época. E como bom cientista que era, para avaliar a concretude de suas teorias, ele decidiu partir para um teste prático.

Raphael convidou alguns amigos para jantar e, junto com sua esposa, preparou para a sobremesa dois bolos, um com os ingredientes de sempre e outro feito com 10g de puro THC, e propôs o experimento aos convidados.

Ao longo da noite, ele foi meticulosamente anotando as reações de cada pessoa à ingestão da sobremesa especial, comparadas ao comportamento daqueles que ficaram apenas no bolinho tradicional.

Alguns ficaram relaxados, outros mais alegres, outros ainda até um pouco eufóricos.

E foi a partir desses resultados que ele iniciou um longo estudo sobre os impactos dos diversos elementos da cannabis em diferentes perfis de pessoas que culminaria com a extração em laboratório do THC (tetrahydrocannabinol), CBD (cannabidiol) e do CBG (cannabigerol), todos elementos que hoje são amplamente usados na produção de medicamentos que transformam drasticamente a vida de pacientes que sofrem com epilepsia, autismo, alzheimer, mal de parkinson, dor crônica, doença de Crohn e dor oncológica, entre diversos outros males.

Apesar de romantizada, essa narrativa acima reconta os primeiros passos da carreira de um homem genial que com sua equipe acabaria por revolucionar o mundo da medicina com mais de 350 estudos acadêmicos sobre o potencial medicinal da cannabis.

Para saber mais sobre Raphael Mechoulam, conhecido como o “Pelé” da cannabis medicinal, é só clicar aqui.